Amar um pai ou uma mãe é certamente diferente de amar uma pessoa fora da família, alguém que, parentalmente, não nos é nada.
Felizmente, posso dizer que já conheço e já tenho dentro de mim esse tal amor por alguém que "não me é nada" (em termos de família claro, para já).
Sempre fiquei na expectativa...aquela dúvida, aquela curiosidade... «Mas afinal, como se sabe que é o tal? Como se sabe que amamos aquela pessoa ou não?»
Não é algo que se possa definir exactamente, mas eu sei que já o sinto. De alguma forma, eu sei que o amo. Realmente, amar é sentir todo aquele conjunto de palavras que ouvimos ou lemos sobre quando se gosta verdadeiramente de alguém. Por muito que uma pessoa tenha o hábito de lidar com as pessoas à sua volta de determinada maneira, AQUELA pessoa é sempre especial e tratamo-la sempre com maior apreço.
Amar alguém é tê-la (à pessoa) no pensamento mesmo sem se querer, é ansear por estar, pelo menos, na presença dela. Só isso basta, embora sempre se queira mais, mas esse é o mínimo de satisfação: é saber que o outro está ali. E é tão bom!, apenas a troca de olhares...o toque da mão uma na outra. Mas amar verdadeiramente alguém não é tentar que isto se passe, é sim isto acontecer genuinamente. Os olhares entre os dois são diferentes. São bastante cúmplices, compreensíveis entre si. No nosso caso, mesmo sem dizermos nada a ninguém, toda a gente reparava nisso. Diziam que a nossa forma de olhar um para o outro era diferente e eu, ao príncipio, não entendia muito bem isso do olhar ser diferente... Achava esquesito e pensava: «Mas é diferente em quê? O que é que muda?? Nota-se alguma coisa de invulgar???» Contudo, agora penso que entendo melhor isso. A questão não é bem o olhar. Embora também se trate disso, o que faz com que pareça diferente e especial é o nosso rosto. Ele altera-se um pouco pois, ao olharmos para o nosso amado, olhamo-lo com carinho, com aquele sentimento que emocionalmente lhe é atribuído. E é desta forma que se torna notável o sentimento calado à vista de quem está por fora do assunto. Na minha opinião, há ainda outro factor que torna este olhar tão denunciador, é o facto de termos consciência que a outra pessoa sente exactamente o mesmo que nós e nos compreende.
Amar é ser generoso, querer ajudar a pessoa em tudo o que se possa, ser-se útil. Amar é ser-se verdadeiro perante qualquer circunstância e ter confiança no outro. Amar é dar, mas também é querer receber. Quer-se estar perto a toda a hora. Quer-se estar a par de tudo e (quer-se) dar tudo a saber.
Amar é jogar em equipa. Mesmo que tenhamos opiniões diferentes, temos que conversar e alguém tem que dar o braço a torcer porque a equipa, independentemente de qualquer coisa, tem que vencer. Se os jogadores de uma equipa se virarem contra eles próprios e não arranjarem em conjunto uma solução que dê para os dois, então o mais provável é a equipa perder. Amar é mesmo assim. É querer ter sucesso em conjunto, é desejar o melhor para os dois. Em mim, há vontade de levar isto o mais longe possível, da melhor forma. Eu sei que o quero e sei que ele me quer. Ambos ambicionamos um futuro a dois, eu e ele, juntos e felizes. Não o quero perder nunca. Uma vez que já nos encontrámos um ao outro, agora o melhor é parar a brincadeira e começar algo diferente. (isto da brincadeira é no sentido, agora que o jogo das escondidinhas acabou porque já nos encontramos, vamos passar a outra coisa) Depois da descoberta, há que fazer a pouco e pouco o caminho dos dois, um único caminho. Amo-te! :3
[começado às 03:37 e acabado às 04:25 da manhã do dia 26-07-2010]
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