quarta-feira, 29 de junho de 2011

 As tuas...
essas que cobrem de sobra as ténues mãos que me pertencem. 
 Essas que têm as impressões digitais no seu formato único 
que embalam as minhas num doce acariciar. 
Aquelas que se passeiam no meu rosto de vez em quando e que anseiam dizer mil palavras num só toque.
A minha pele...esta por onde se abrem esporos 
que me libertam do calor,
recebe o teu afecto sem se emocionar.
Possuis um calor que não repele e não faz o meu corpo chorar.
Adoro a forma como estas duas personagens se tornam animadas ao tocar-se. 
Deixam de ser apenas uns meros constituintes do nosso corpo 
e fazem com que sintamos a força do nosso sentimento 
em simples gestos.   
Gosto muito de ti.



Se eu pudesse apenas sonhar que te tenho aqui ao meu lado de cada vez que adormeço, isso sim seria um sonho :3 




Abraça-me. ABRAÇA-ME e nunca me deixes ir. Quero permanecer nesse momento eternamente.
Abraça-me sim com força, mas deixa-me voar...no teu interior. 


Quero-te muito. 

I'll never forget...

sábado, 11 de junho de 2011

Para ti, Diogo

Amizade - Nenhum indício melhor se pode ter a respeito de um homem do que a companhia que frequenta: o que tem companheiros decentes e honestos adquire, merecidamente, bom nome, porque é impossível que não tenha alguma semelhança com eles. (Adam Parfrey)

Olá querido amigo,
Quero para já dizer que esta não é uma carta de Adeus. Escrevo esta carta porque não quero deixar passar em branco todo o sentimento que tenho por ti. Vais partir para longe (considerando que não é assim com tanta facilidade que podemos deslocar-nos de um local ao outro, como se fosses apenas mudar de  freguesia ou de concelho) e eu sei que tão cedo não nos veremos, mas espero muito sinceramente voltar a ver-te e conversar pessoalmente contigo.  Eu sei que te pode parecer um pouco desnecessário deixar-te isto (que espero que guardes “religiosamente”) mas quero mesmo deixar escrito aquilo que acho de ti e o quão importante foste e és para mim.  Conhecemo-nos no 8º ano e eu nunca pensei que viesse a ficar tão triste por te perder de vista. Só no 9º ano nos começamos a conhecer melhor e o culminar de uma amizade tão grande viria a cumprir-se no 10º. Agora, prestes a passar para o 12º, vejo-me a “perder” um amigo que muita falta me faz. Há quatro anos lectivos que convivo contigo e este tempo foi o bastante para considerar que foste o melhor amigo que alguma vez tive.  Todos os dias que passamos juntos contribuíram para esta enorme consideração que te tenho. Decerto que ainda te lembras do dia em que o meu pai te pregou um pequeno ralhete por me puxares a mochila enquanto atravessávamos a rua... Que ironia relembrar que o meu pai não tinha apreciado nada o que viu e me disse que não gostava muito que andasse com colegas assim, pois com o tempo isso foi contrariado. Cada vez me fui dando mais contigo, sendo mais próxima e por conseguinte nos tornámos os bons amigos que hoje somos. Tenho muita estima por esta amizade e considero que talvez nunca te tenha dado tanto como tu me deste a mim. Nunca nenhum amigo conseguiu aquilo que consegues tantas vezes, arrancar de mim um sorriso. É incrível que, esteja eu triste ou zangada e não querendo  sorrir, tu consigas ou com um olhar ou com uma palavra, fazer-me sorrir, por vezes até de forma rasgada. És um bom companheiro e é fácil de se conversar contigo. Mesmo sobre coisas que não sei, nunca me chamaste burra e sempre te dispuseste a explicar-me e falar sobre coisas das quais não estou a par. Tu integras as pessoas, não as afastas. Por vezes, quando não sabia se estava bem vestida  e se estaria parola, pedia-te uma opinião, mas tu nunca ma deste. Dizes que não ligas a essas coisas e para ti as pessoas estão sempre bem vestidas, não interessa o que estejam a usar. Para uma rapariga qualquer fútil isto poderia constituir um “defeito”, mas, no meu caso, atribuo-lhe um valor positivo que me marca e faz gostar muito da tua pessoa. Afastas os pensamentos negativos, pões as pessoas à vontade, esqueces pormenores que não são realmente importantes e fazes com que nos sintamos pessoas com valor e o que interessa é a companhia. Sempre me esclareceste dúvidas que tinha sobre diversas matérias quando soubeste. Sempre esperaste por mim quando fosse preciso em diversas situações, assim como eu por ti. Há coisas simples que nunca me sairão da cabeça, como aquelas poucas vezes em que ao nos separarmos no caminho para casa cantarolávamos a música do James Blunt “Goodbye my lover, goodbye my friend. You have been the one, you have been the one for me”,  e as vezes em que me tiraste algumas dúvidas ou me relembraste matéria de matemática durante o caminho casa-escola e escola-casa, nem as tuas fabulosas imitações d’Os Gato Fedorento, nem os teus minutos de parvoíce, nem a forma como consegues ganhar a toda a gente o jogo do sério visto que és capaz de estar imenso tempo sem piscar os olhos e sem te rires façam o que fizerem à tua frente, nem o facto de tirares as pelezinhas dos lábios com os dedos, ao contrário de mim, que tiro com os dentes,... Sim, é aqui que se vê como é tão bonita a amizade porque é cheia de coisas simples, mas boas. Coisas que naquele momento podem ou não ter grande importância, mas que nunca se esquecem.
Em coisas insignificantes é que um verdadeiro amigo se avalia.
(Camilo Castelo Branco)
Sabes que mais? Quem tem amigos como tu só pode ser amado e amar. Eu afirmo que te amo como tua amiga que sou, porque amar é tudo aquilo que ambos vivemos juntos, é a partilha. Não se diz só que se ama um namorado ou os pais ou os irmãos. Amor é um sentimento bom e forte que se nutre por outra pessoa devido àquilo que é interiormente, fazendo-nos ter um carinho especial e querer o Bem para aquela pessoa. Por isso, sem exagero, digo aquilo que nunca disse a nenhum amigo, é que te amo.  Não me esquecerei de todas as manhãs que caminhei ora ao teu lado, ora à tua frente, ora atrás de ti no caminho para a escola, em que umas vezes íamos calados a ouvir música e outras vezes íamos a conversar sobre diversos assuntos. Nunca me esquecerei das tuas caretas ou das vezes em que, sem nada fazeres, me ria largamente sem motivo aparente. Toda esta cumplicidade, toda esta amizade foi para mim muito especial e é por isso que fico muito triste com esta mudança da tua família. Desejo que esta carta não seja a última lembrança minha depois da tua partida pois não quero perder-te o rasto. Espero que fiques bem na tua nova casa, que evoluas muito e te tornes nalgo bom que queiras. Se eu tiver sido importante para ti não me esqueças porque eu também não te esquecerei. Obrigada por tudo, de verdade. Um grande abraço amigo. Até qualquer dia.

As pessoas realmente ligadas não precisam de ligação física. Quando se reencontram, mesmo depois de muitos anos afastados, sua amizade é tão forte quanto sempre.
(Deng Ming-Dao)