quarta-feira, 13 de abril de 2011

Rodapé


De entre alguns significados apenas um se desmistifica desenhando-se no emaranhado de estradas cilíndricas que possuo na cabeça.
Quero lá saber das pequenas notas esclarecedoras que aparecem na TV ou numas folhas quaisquer. E que interesse haverá numas simples abas cortinadas que pendem das bordas de uma cama até ao pavimento, só porque se movem quando o vento as toca? Elas não o sentem, nem nada sentem por ele, não vivem. Eu vivo.
Cheguei. Cheguei ao local da estrada cilíndrica que pretendia.
Ao cabo desse pedaço de madeira, no fundo dessa parede esquinada, espero encontrar-te. Sabes porque não quero saber das tais notas esclarecedoras? Porque...
Basta eu me sentir forte para descobrir tudo aquilo que necessito conhecer...e...”que tem isto a  ver?” tu perguntas. Eu digo-te que conhecer-te é aquilo que me traz mais força, é este o meu porquê.
Eu não preciso daquelas notas porque, conhecendo-te tão bem, ah e como eu gosto daquilo que sei... , não tenho falta de qualquer esclarecimento. Só olhar p’ra ti, digas tu o que disseres, o que não disseres, eu sei sem ter lido qualquer nota de rodapé.



(quem não perceber este texto, tem aqui a sua devida explicação:  
 

terça-feira, 5 de abril de 2011

Outro eu

Tentar dar a alguém uma face diferente daquela que temos no momento é difícil. É quase como tentar que um espelho falhe a sua função de "reproduzir" a imagem que se encontra à sua frente. É uma mentira não falada, mas espelhada no nosso rosto, uma mentira do olhar. Uma mentira em que por vezes olhar para o lado ajuda num momento de fraqueza, no qual, olhando nos olhos de outra pessoa não se conseguiria esconder a verdade. É escrever a muito custo aquilo que sabemos que não é de todo o que estamos a sentir. É quase como ser actor. Há uns segundos, infelizmente, tive de ser actriz.