sexta-feira, 12 de agosto de 2011


QUERO TOCAR-TE



 Adorava poder tocar-te,
Saber de cor qualquer contorno ,
Manusear-te tão facilmente como se fosses um pequeno adorno.
Faz-me falta limpar a mente,
Embalada, encantada,
Quase que adormecida
Numa sonolência consciente,
Num ritmo criado pelas minhas mãos dementes.
Num improviso nunca imaginado,
Quero soltar o que tiver cá dentro
Que não saiba como expulsar,
Fazer da paragem um medo
E não parar de te tocar.
Ouvir tudo o que tiveres p’ra me dizer
Quando eu te entregar o meu sentimento.
Imagino por vezes a tua silhueta, bela,
Crio com o cérebro sons,
Esses, que tocados nela,
Me trariam bons sentimentos,
Me fariam sentir leve,
Relembrando momentos,
Imaginando outros,
Proporcionando-me uma sensação de alívio
Numa altura qualquer,
Afogada por alguma emoção
À qual não me queira render
E perder qualquer ponta de contentamento.
Quem me dera aprender
A tocar tal instrumento,
Por vezes com a força dos meus impulsos
E outras levemente,
Sem que me sinta como um recluso
Sem distracção, sem liberdade.
Quero soltar tudo
Com a verdade
Que a arte traz consigo
E sentir que estou perante um amigo
Para me abrir
E dizer tudo o que sinto,
Não em palavras
Mas sim em toques ritmados
Que o meu próprio coração conduziria
Tão naturalmente
Quanto luzidia cai tanta água
Por uma cascata abaixo.












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