Às vezes não me sinto satisfeita comigo mesma. Talvez seja porque me esqueço das coisas boas que tenho.
É como alguém que vive na sua própria casa. Consegue sempre notar tudo o que está fora do sítio, mal limpo, desarrumado, com pó, etc. Mas quem não está lá constantemente olha para a casa como um todo e não repara tão facilmente nesses pormenores. Obviamente que se algo estiver demasiadamente desarrumado, qualquer pessoa vê. O mesmo se passa com as pessoas. Mas quando não é assim tanto, facilmente passa despercebido e a casa parece muito limpinha, arrumada, nova. Se calhar o mesmo se passa com as pessoas. Estamos tão habituados a nós mesmos, a sabermos o que pensamos, a sabermos quando tivemos preguiça de fazer isto ou aquilo, a sabermos quando podíamos ter feito melhor e não fizemos, ... Deve ser isso... e, depois, há que ter noção que há determinadas coisas em nós que não podemos mudar, mas essas... (*sorriso*) são o que nos constitui, são o que faz parte de cada um de nós e, na verdade, quem realmente gostar de nós vai gostar pelo que somos num todo. Ninguém diz que "eu sou amigo desta pessoa porque ela é simpática e engraçada, mas no que toca a ser inteligente já não sou". Ok... estupidez completa. É claro que ninguém diz isto. E eu pareço uma parva ao estar para aqui a divagar coisas tão tonas aparentemente. No fundo é só um exemplo muito exagerado para poder chegar à minha conclusão. Todos temos qualidades e defeitos. Há sempre qualquer coisa em que podíamos ser diferentes, mas não somos. Não seríamos nós. Se todos tivessem todas as qualidades existentes e não tivessem nem um defeito então... seríamos todos iguais? - à excepção da parte física claro. Não sei.
De qualquer forma, se há coisas em que podemos e devemos mudar, mudemos então. Mudemos p'ra melhor. Se não for assim, "esqueçamos" isso. Do tipo, - Ok, não sou a melhor pessoa do mundo, mas ninguém é. Sou assim, sou assado, e daí? Não me resumo só a isso. Tenho mais isto, isto e aquilo. Tenho qualidades sim. Porque não aproveitá-las em vez de me lamuriar com o que não tenho ou com o que tenho que não gosto? Temos que aprender a gostar de nós mesmos. Isso só nos fará bem. Faz de nós confiantes, faz de nós credíveis. Torna-nos mais aceitáveis perante a sociedade, porque se não formos nós a confiar em nós mesmos, quem confiará? Mas nunca esquecer de sermos nós mesmos e sermos felizes com quem somos. Haverá quem se identifique mais com a nossa maneira de ser, quem seja indiferente, quem reprove totalmente, mas ninguém será "tu" e a opinião de ninguém irá fazer com que a pessoa que és seja inferior. Contudo, não nos sobrevalorizemos. É precisar saber ter sal e pimenta na medida certa, pois tudo o que é demais é moléstia.