quinta-feira, 28 de agosto de 2014


Há muito tempo que não escrevia nada, mas, como sempre, até agora, a música é 
muitas vezes indutora de inspiração pra mim. Faz-me sentir como se eu 
levitasse, faz-me sentir num outro mundo, estilo sobrenatural, como se 
sentisse os olhos a brilhar, se é que isso se sente. Parece que as pupilas 
aumentam como que para ver qualquer coisa que não vejo ao natural. Faz-me 
sentir especial, faz com que eu própria me sinta enigmática, a olhar para as 
coisas à minha volta como que vendo-as com uma certa superioridade e 
distância. Não negativamente, mas sim como se eu estivesse numa outra 
dimensão, dotada de um olhar sonhador. Sinto-me impulsionada a expressar 
estas coisas e escrevo. Talvez não escreva nada de jeito mas sinto-me tão 
inspirada a fazê-lo. 
Quero dizer que estou bem, que me sinto feliz, que me sinto orgulhosa pelo 
amor que encontrei e que escolhi para a minha vida. Porquê que agora choro? 
Acho que é porque isto é mesmo importante para mim. Não quero perder o que 
sinto. 

Óleo no óleo, não pele.
A respiração cruzada impele...
Um beijo, ao máximo contido,
Lentamente tocando
Intensamente sentido
Bamboleando os lábios,
Criamos uma força entre nós,
Uma espécie de íman que atrai e repele,
Eleva-se ao máximo a sensação,
Fica suspensa,
Acaba a hesitação,
A boca não pensa:
Culmina esta reacção química
Cá dentro o desejo impera
E o beijo surge finalmente
Com o maior prazer possível.


Saber esperar mesmo quando temos tudo à nossa frente é maravilhoso.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Cheguei a casa e apeteceu-me escrever isto...

Não há tempo que reduza aquilo que sentimos.
Não há tempo que nos traga incerteza.
Quando estamos juntos muitas vezes, não nos fartamos.
Quando estamos sem nos ver muito tempo, a distância não nos separa.
Sabes porquê, não sabes? De alguma forma, é como se combinássemos emoção com razão.
Sentimos que precisamos um do outro, que nos gostamos, que nos amamos. Mas sabemos não só o que sentimos, como também o que queremos e isso é uma condição fundamental para o sucesso de uma relação, eu acho.
Hoje foi tão bom estar contigo por um tanto.
Um tanto quê? Um tanto de quê se o tempo foi pouco? (15 minutos num dia depois de uma semana inteira sem nos vermos)
Desculpa, mas não consigo dizer que gostei de estar contigo por aquele bocado.
É que aquele bocado não foi um bocado, foi um tanto. Foi tanto quanto o quanto que te amo. Foi muito.
Junta a ti, agarrados um ao outro, sentados naquele banco de paragem, neste dia cinzento e chuvoso, foi como estar quente e aconchegada na minha cama, salva da chuva que passava lá fora.
Deste-me tantos pedaços de ti a cada beijo, foram de uma intensidade ternurenta. Eu, reciprocamente, recebi-os com todo o carinho.
É maravilhoso saber que nos temos um ao outro para sempre. Já não se trata somente de confiar em ti. Sinto que ultrapassamos aquilo que é 'ter confiança no outro'. Para mim, é como se fôssemos um. Mas isto tem um fundamento, não é uma frase sem substância, copiada de discursos bonitos de amor. Sinto verdadeiramente que somos como um, porque é como se tu me visses como eu a mim mesma. É consigo próprio que cada pessoa é o mais genuína possível. Eu posso criticar-me, mas sei as minhas intenções, sei o meu âmago e então não me temo a mim mesma por possíveis julgamentos que pudesse fazer. Passa-se o mesmo para contigo. Sinto segurança em ti. É como se fosses cá da casa - casa esta que é o meu ser. Amo-te.

Eu sei que sabes isto, e é por isso que estamos juntos, mas queria dizer-te outra vez que te quero para sempre.
Beijo

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Sou eu, sou feliz.

Às vezes não me sinto satisfeita comigo mesma. Talvez seja porque me esqueço das coisas boas que tenho. 
É como alguém que vive na sua própria casa. Consegue sempre notar tudo o que está fora do sítio, mal limpo, desarrumado, com pó, etc. Mas quem não está lá constantemente olha para a casa como um todo e não repara tão facilmente nesses pormenores. Obviamente que se algo estiver demasiadamente desarrumado, qualquer pessoa vê. O mesmo se passa com as pessoas. Mas quando não é assim tanto, facilmente passa despercebido e a casa parece muito limpinha, arrumada, nova. Se calhar o mesmo se passa com as pessoas. Estamos tão habituados a nós mesmos, a sabermos o que pensamos, a sabermos quando tivemos preguiça de fazer isto ou aquilo, a sabermos quando podíamos ter feito melhor e não fizemos, ... Deve ser isso... e, depois, há que ter noção que há determinadas coisas em nós que não podemos mudar, mas essas... (*sorriso*) são o que nos constitui, são o que faz parte de cada um de nós e, na verdade, quem realmente gostar de nós vai gostar pelo que somos num todo. Ninguém diz que "eu sou amigo desta pessoa porque ela é simpática e engraçada, mas no que toca a ser inteligente já não sou". Ok... estupidez completa. É claro que ninguém diz isto. E eu pareço uma parva ao estar para aqui a divagar coisas tão tonas aparentemente. No fundo é só um exemplo muito exagerado para poder chegar à minha conclusão. Todos temos qualidades e defeitos. Há sempre qualquer coisa em que podíamos ser diferentes, mas não somos. Não seríamos nós. Se todos tivessem todas as qualidades existentes e não tivessem nem um defeito então... seríamos todos iguais? - à excepção da parte física claro. Não sei.
De qualquer forma, se há coisas em que podemos e devemos mudar, mudemos então. Mudemos p'ra melhor. Se não for assim, "esqueçamos" isso. Do tipo, - Ok, não sou a melhor pessoa do mundo, mas ninguém é. Sou assim, sou assado, e daí? Não me resumo só a isso. Tenho mais isto, isto e aquilo. Tenho qualidades sim. Porque não aproveitá-las em vez de me lamuriar com o que não tenho ou com o que tenho que não gosto? Temos que aprender a gostar de nós mesmos. Isso só nos fará bem. Faz de nós confiantes, faz de nós credíveis. Torna-nos mais aceitáveis perante a sociedade, porque se não formos nós a confiar em nós mesmos, quem confiará? Mas nunca esquecer de sermos nós mesmos e sermos felizes com quem somos. Haverá quem se identifique mais com a nossa maneira de ser, quem seja indiferente, quem reprove totalmente, mas ninguém será "tu" e a opinião de ninguém irá fazer com que a pessoa que és seja inferior. Contudo, não nos sobrevalorizemos. É precisar saber ter sal e pimenta na medida certa, pois tudo o que é demais é moléstia.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

É enorme o carinho que te tenho, o sentimento que nutro por ti. Sorte a minha teres passado pela minha vida e teres permanecido. Sorte a minha ter pensado que nunca te amaria e afinal depois me ter apaixonado até o sentimento amadurecer e se fortalecer até aquilo que temos agora. Julgo ter a certeza de que não terei mais nenhum companheiro na vida a não seres tu. Pelo menos, é o que quero. Sei que muita coisa muda, porque a vida é inconstante apesar de permanente. No entanto, tenho noção do que ambos sentimos e do quão forte e bem estruturado é, por isso, confio plenamente na saúde eterna deste amor. Amar traz-nos a um nível superior, um nível em que muita coisa, que antes se ficava pela mera ficção, se torna compreensível, em que se passa a entender, a pouco e pouco, conforme as coisas avançam, todas as manifestações de carinho entre um casal. Todo o tipo de coisas, como gestos, palavras, problemas, carinhos, olhares, ... Tudo o que antes parecíamos entender por ser habitual ver, por ser a nossa cultura, por ser a forma como vemos que se manifesta o carinho entre duas pessoas à nossa volta, deixou de ser apenas isso, deixou de ser algo que apenas parecesse que entendíamos. Tudo passou a ser parte de nós, à nossa maneira, pois cada indivíduo é um ... indivíduo e, como tal, as pessoas têm diferentes formas de manifestar os seus estados emocionais, os seus sentimentos, ... Ainda assim, há uma base que assenta em todos, e por isso agora percebemos tudo, porque passou a ser uma experiência própria. Fico feliz por nós. Estás sempre comigo, quer estejas físicamente ao meu lado ou não. Sorrio mesmo sem te ver ou te ouvir ou te sentir. Basta lembrar-me de nós.
I'll never leave you
I'll never put behind
The one whose love is true
And besides, is always in my mind

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Homem da Rua

Homem que estás estendido,
com meios farrapos vestidos,
visionas calor à tua volta,
mas calor este que não te envolta.

Ninguém te sopra um bafo,
ninguém te deixa safo,
nem ninguém te dará um abraço.
Confesso que nem eu...

Se vagabundo és, não sei.
Além dos meus olhos 
há coisas que não vejo.

Não importa como chegaste a esse estado.
Todo o errante é ser humano.
E assim emerge em mim uma tempestade,
um desassossego soberano.

Parte de mim foi-se
e no meu coração impera outra alma,
como se o mal que lhe faz mal
me retirasse a mim a calma...

E decerto ma tirou,
ainda que o não conheça
e por isso me deixou 
às avessas a cabeça.

No meio de tanto alvoroço,
de toda a agitação daquelas pessoas,
há quanto tempo não terá um almoço,
uma casa e pessoas boas?

Dou por mim, inocente,
a chorar no meio da multidão,
sabendo eu, bem ciente,
que não lhe podia estender a mão.

Naquele ombro que sempre tive,
desde que fui semeada,
deito a minha cabeça, fech'os olhos
e por ela sou guiada,

porque não consegui conter 
toda a minha emoção
de ver distinguido ali a sofrer
um que dizem ser meu irmão.

Não mais a tarde será a mesma
com esta desassossegada mente,
que se emocionou ao ver à frente 
tal imagem decandente.

E os meus olhos assim choram
pela dor alheia do meu semelhante,
as minhas bochechas coram
e fico neste semblante.